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domingo, 24 de abril de 2011

Pós-contrato, em Paris

Acho que essa não precisa de legenda, né?

Minha cliente queridíssima

Patinação no gelo em frente à prefeitura de Paris

...com Regina, muito querida também

Vocês não imaginam a felicidade de encontrar alguém com a mesma cor de cabelo que o meu (só que natural, óbvio)


Opa, tudo certo com todos os meus queridos leitores? Espero que vocês ainda não tenham abandonado esse blog assim como eu fiz hihihi.
Quase 3 meses depois de minha saída do Costa Concordia, aqui estou eu, em casa (São Paulo).
Vou contar minha trajetória assim que pisei fora do navio.


Aliás, vou começar contando um pouquinho antes de sair.
Como eu pegaria o mesmo avião de duas filipinas do Spa, combinamos de ir juntas de taxi até o aeroporto de Genova, pra sair mais barato. Acontece que, horas antes de sairmos, descobriram que havia um problema com o visto dela (que não entendi até agora), e que elas teriam que esperar no navio até 11h, sendo que o vôo era às 13h, e demoraria 1h pra chegar no aeroporto. Eu achei muito arriscado pra mim, pois após esse vôo para Londres, eu pegaria um trem para Paris com um intervalo de tempo muito curto.
Então a esperta aqui pegou um taxi até a estação de trem de Savona mesmo e iria de trem (apesar das duas malas gigantes que eu tinha). Um amigo foi comigo para me ajudar. Quando cheguei na estação de trem, descobri que havia uma greve e havia pouquíssimos trens. Sorte minha que cheguei 10 minutos antes de sair um trem para Genova. Comprei o bilhete rapidinho e subi as escadas rápido para pegar o trem. Quando cheguei lá em cima, suando de levar as malas, o trem mostrava sua bundinha para mim. O perdi por 20 segundos. Que beleza.
Peguei meu dinheiro de volta, e resolvi pegar um taxi sozinha até o aeroporto. Nessa brincadeira toda, gastei 115 euros. Chegando no aeroporto, encontrei as filipinas, que disseram que pegaram um ônibus da própria Costa, grátis, até o aerporto. Imagina como fiquei felizinha com essa notícia.
Bom, pegamos o avião, chegamos em Londres e dissemos adeus umas às outras. De lá peguei um trem que ia até a estação que eu pegaria o outro trem para Paris. Chegando em Paris peguei o metrô até a casa da Ana, minha salvadora romena. Agora imaginem fazer tudo isso com 2 malas gigantes, um mochilão nas costas e sem dormir (po, tive que aproveitar minha última noite no navio).
Cheguei na casa da Ana, aí foi só felicidade. Saí pra dançar tango e salsa todos os dias que fiquei lá. Foram 10 dias, no total. Apesar de não ter conseguido sair da cama antes das 16h nenhum dia, aproveitei bastante lá.
No meu último cruzeiro, conheci um casal francês queridíssimo e meio que deixei combinado de encontrá-los em Paris. E foi isso que fiz, acabei saindo com a senhorinha da foto e andamos por toda Paris. Ela me contou muitas histórias e mostrou umas lojas hiper mega blaster caras (tipo um cachecol que custava 200 euros). Eu gostei tanto dela que, ao me despedir dela, meus olhos ficaram bem molhadinhos, sabem?
Encontrei também um espanhol que estudou comigo em Versailles, 2 anos atrás. Ele continuou estudando lá.
Até patinei no gelo com a amiga da Ana, brasileira que fiz afro aqui em São Paulo mas não lembrava dela.
Enfim, me diverti o suficiente para chegar na minha terrinha realizada.

Agora estou na vidinha de antes, estudando educação física na USP, dançando ballet clássico, tango, salsa e dança do ventre. Estaria tudo bem se eu não tivesse esse siricutico (é assim que escreve?) de sair do país de novo, e de trabalhar. Aqui me sinto bem inútil.

Vi que muitos seguidores meus são pessoas, que como eu, resolveram cair de cabeça nessa aventura. Com a minha experiência, vi muitas pessoas que amaram a ship life, e fizeram diversos contratos. Mas também vi gente que gastou muito dinheiro pra chegar lá e perceber que aquilo foi um erro, e não podiam voltar pra casa pra não ficar no negativo, e acabaram passando meses infelizes. Pensem muito antes de tomar essa decisão, ok? Eu escrevi muito da minha experiência aqui neste blog, espero ter passado um pouco disso que vivi. Foi um trabalho muito dificil por eu ter tido que fazer coisas que não concordava, mas conheci pessoas muito bacanas, adquiri experiência de trabalho, que era o que eu precisava, aprendi outras línguas (até italiano, que eu nunca gostei!) e vi lugares que valeram a pena.
Só deixo algumas dicas muito valiosas: aja de acordo com seus princípios e valores, trabalhe com ética, e não deixe nenhum babaca influenciar nisso, mas não deixe de estar aberto para as possibilidades. Aprenda a ter paciência com situações difíceis e com pessoas que você não gosta. Apesar de tudo, todas as pessoas nesse mundo tem algo a ensinar. Cabe a você decidir brigar com alguém que não pensa que nem você, ou escutar e tentar entender por que a pessoa pensa assim, e no final aprender com tudo isso.

Apesar de este blog estar praticamente no fim, com certeza criarei outros, e estarei sempre à disposição de todos que precisarem de dicas ou respostas. NÃO hesitem em entrar em contato comigo, ok?
Um beijo e obrigada pela sua paciência.

Com amor,

Denise



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

5 dias para acabar

Cabelo novinho em folha (folha de palha, só se for)
Boat drill. Eu, filipinas e italiana

Pessoinhas queridas do spa

O mesmo de cima. Nem todas são queridas aí, mas enfim...

Ilha da Madeira

Essa é especialmente pro meu pai.

Eu, portuguesa de Funchal e também minha cabinmate, e húngaros dos olhos azuis (malditossss)

Eu e minhas fotos artísticas

"É nóis"


Uebaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, falta pouco.
Apesar de isso ser muito triste pra mim, estou muito empolgada em ir para Paris. E também em ir para casa depois, mas isso ainda parece muito distante para mim.
Bom, aqui no navio estou me preocupando cada vez menos com o trabalho. Já não me estresso mais, não estou nem aí para os "pitis" da minha manager, e faço coisa errada sem estar nem aí.
Hoje, por exemplo, é o espetáculo de flamenco que eu amooo. Mas vou trabalhar ao mesmo tempo. E olha que eles vão fazer 2, e nenhum deles posso ir. Mas é óbvio que vou assim mesmo, e ainda vou sentar na primeira fila, o que é proibido, e ainda vou filmar o tempo todo, o que também é proibido.
Para mim não basta fazer uma coisa errada de cada vez. Se eu for punida, não importa quantas coisas erradas estou fazendo. Que nem antes de ontem, havia um boat drill geral (exercício de segurança) que todos da tripulação tem que participar. Ao mesmo tempo que tocava o sinal de emergência, eu estava subindo para o buffet dos passageiros para tomar café-da-manhã.
Faltei no drill e comi onde não podia. Foi bommmm.
Nesse dia estávamos em Casablanca. Haviam me falado sobre um spa lá no centro que era barato e bom. Como nunca fui em um spa antes (só os que trabalhei), resolvi ir. Ninguém foi comigo porque todos tinham ido na semana anterior.
Paguei 5 euros no taxi e fui. O lugar é bonitinho e tal. Paguei 45 euros para fazer hamman, exfoliação que tirou até a milésima camada da minha pele, massagem tônica de uma hora (óbvio que tenho várias críticas, visto que faço isso o dia inteiro) e depois um negócio que chama "savonnage", a mulher passa uma esponja com sabão de chocolate em mim.
Olha, me senti bem depois disso tudo. Pretendo fazer mais vezes lá em sp.
Então, o dindin que ganhei por aqui vou gastar nessas coisas: bom, bares semanais com amigos, massagens, sei lá, 1 vez por mês? E claro, viajar, que é o que mais quero pra vida. Mas pretendo economizar pelo menos 50% de tudo o que ganhar para o meu futuro. Marido, filhos, casa....
hahahaha enganei vocês?? Por enquanto não penso nisso não. Penso no meu próprio negócio, um hotelzinho bacana. Vamos ver no que dá.
Nossa, mudei completamente o assunto do título. hahahahahaha desculpa aí.
Amanhá tenho folga em Funchal até às 13h. Bom....essa é a cidade que mais gostei, e....passar só a manhã lá é muito pouco. Então resolvi voltar no último minuto para o navio. E a minha manager? Que vá para o inferno. Ela está me devendo umas 12h de folga de coisas que vendi. E não vai me dar nunca, então pego eu mesma. Sou muito esperta, eu sei. hihihihihi
Bom, o máximo que vai acontecer é eu levar um warning. Ou desembarcar no dia seguinte.
Mentira, mentira.
Passo o dia pensando em mais coisas erradas que posso fazer. Se alguém tiver alguma idéia, let me know.

Não tenho muito mais o que falar e quero aproveitar 1 horinha aqui em Tenerife.
Beijos, tchau, foi um prazer.
Denisinha (gostou do inha?)





quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Depois do dry dock

Sta. Cruz de Tenerife

Quando encontrei a francesa em Alicante


Crew party



Casablanca - Marrocos (muito feia)

Em....não lembro

Eu e dançarinas

Primeira vez na vida que tirei sobrancelha!! No ano novo

Ano novo com pessoal do Spa

Só louco no navio

Olha eu aqui de novo, finalmente.
Estava ficando desesperada de não ter internet para atualizar isso aqui. E se tenho, é por 1h que passo brigando com a própria, ou lendo e-mails e falando com mamãe..Nossa, parece que já faz tanto tempo que cheguei no navio das férias pela Europa.. Tanta coisa aconteceu que nem sei o que contar.
Se eu sempre aproveitei o meu tempo aqui, deixei de dormir e fazer muitas coisas, para poder curtir cada pessoa que gosto e o próprio navio, isso agora dobrou. Não tenho dormido nadinha. Tipo 3h, 4h por noite, numa média. Meu corpo estava aguentando bem, eu tinha muita energia para fazer tudo o que queria. Mas ele começou a pifar depois de um tempo. Fiquei resfriada e minha cabeça começou a doer.
Ontem nem sei a que horas fui dormir pois fui em 2 cabin party (festa na cabine). Eu deveria abrir o spa às 6h45. Às 8h30 ouço alguém batendo na porta, e quando abro uma menina do spa diz: “Denise, o que você está fazendo aqui?? São 8h30 e você deveria ter aberto o spa!!!” Putz, e Denise comete o mesmo erro de novo....
Nem escutei o alarme, mas fui achar o celular caído embaixo da cama. Sei lá o que eu fiz.
Uma pessoa normal correria para chegar o mais rápido possível no spa. Já eu pensei: “hm...já estou 2h atrasada, alguém acabou abrindo o spa, já estou ferrada, então deixa eu ir tomar café-da-manhã, pois fecha às 9h”. E fui tranquilamente comer. Quando cheguei no spa todos já estavam sabendo. Felizmente, ainda não chegou no ouvido da minha manager. Mas com certeza alguém vai contar.
Meu pensamento ultimamente tem sido “Ah, não estou nem aí para nada, pois vou embora em 19 dias”. E é bem verdade.
Se trabalhei como escrava num sistema de ditadura, com o Hitler da Steiner, sem reclamar, é agora que vou me divertir. Estou certa ou errada?
Hahahaha nossa, como sou exagerada. Bom, eu nunca fui de reclamar de nada aqui, mas vejo todos os meus colegas reclamando o tempo todo, como se o negócio fosse bem ruim mesmo. Agora já não sei se eu que sou muito otimista o tempo todo, se eles que são muito negativos, ou se o negócio é realmente difícil. Acho que isso nunca vou descobrir.

Os passageiros atuais tem sido bem variados: alemães, italianos, franceses, russos, etc etc. Não estou conseguido me promover tão bem como antes. Não existe cliente melhor que o francês por aqui. E eles estão meio em falta.
No dia que eles chegam, há uma reunião explicativa em cada idioma para eles não ficarem tão perdidos no navio. A reunião em francês costuma ser no teatro, para uns 500 passageiros franceses, em média. Fui convidada pelo host francês para ir falar sobre o spa nessa reunião. Então todos os dias de embarque, em Savona, vou nessa reunião e na parte que ele apresenta o spa, eu entro e falo para o público o que temos e os convido para visitar-nos.
Umas pessoas já vieram me falar que me viram na televisão, no canal do Costa. Eu ainda não vi. Acho que se eu visse ficaria traumatizada e não voltaria mais aahahaha.
Há clientes que chegam no spa e reservam todos os tratamentos que você indica, que compram todos os produtos, que gastam mais de 1000 euros no spa. Bem bom para nós. E há os clientes que te enchem o saco com perguntas, que tomam 30 minutos do seu tempo tão valioso, para dizer que vão pensar, e saem andando. É, trabalhar aqui sem paciência é impossível. Queria ver o meu irmão aqui respondendo às perguntas idiotas dos passageiros.
Outro dia vem uma italiana no spa com o jornalzinho do programa diário. Ela aponta onde está escrito “Música ao vivo no restaurante concordia” e me pergunta: dá licença senhorita, você sabe se vai ter música ao vivo no restaurante concordia hoje? Eu olho para a cara dela como “você realmente está perguntando isso?” E digo: ué, mas está escrito aqui que sim, vai ter música ao vivo, qual é a dúvida? E ela: ah, não sei, é porque ontem não teve....
NÃO senhora, hoje não vai ter música ao vivo, na verdade esse jornalzinho é do dia 20 de dezembro do ano passado, você pegou o errado!
A recepcionista falou que no outro navio que ela trabalhou, tinha um caderno que escreviam todas as perguntas estúpidas e situações ridículas que aconteciam. Eu queria muito um desse. Passa 2 dias já não lembro de mais nada que aconteceu.

O pessoal novo aqui que chegou depois do dry dock é um povo estranho. Depois de quase 9 meses aqui, ainda não aprendi a lidar com os italianos. O pessoal do norte é mais fácil para eu lidar. Os outros me parecem muito diferentes de mim.
Outro dia vejo a minha amiga italiana ligando para a mãe dela depois de ficar umas 2 semanas sem conversar: “oi mãe. Sou eu, Verônica. Como assim que Verônica? A única filha que você tem. Não mãe, estamos na Itália agora, já saímos da África. É mãe, mas é hoje que estamos na Itália. Não, não estamos mais na África!!!! Sim, já comecei a mandar currículo para quando eu sair daqui. Não, não sei ainda onde vou morar.”
E aí ela tenta controlar uma mão segurando o celular e a outra balançando para lá e para cá com movimentos brutos, e gritando algo num dialeto estranho. Depois de uma cara de %#¨&*! ela desligar o telefone.
Pergunto se estava tudo bem, o que tinha acontecido. Ela responde que nada, que está tudo normal.
Agora apresento-lhes a minha conversa com a minha mãe quando nos falamos:
-Oiiiiiiiiiiiiii mãe.
-Denise, é você?????
-Sou eu mãeeeeeeeeeee, tudo bem??
-FILHINHAAAAAAAAAA, que saudades!!!!! Como você está?
-Estou ótima e você? Como vai tudo por aí? Novidades?
E assim vai.
Agora releiam a conversa da Verônica com sua mãe e vejam a diferença. Pois é.

Mudando de assunto completamente, o natal e ano novo foram bons aqui. Pelo dinheiro unicamente. Recebi o triplo do que recebo normalmente. Trabalhávamos alguns dias das 8h às 23h. Alguns ficavam até sem comer, pois havia muitos clientes.
Nas festas de natal e ano novo, colocaram vinho e champagne na hora do almoço e janta e fizeram um macarrão decente. Na área de passageiros, pareciam festas de dias normais.
Na hora da virada, me deu uma tristeza por estar longe da família. E por estar com gente que nunca mais vou ver na vida. Me consolou um pouco ter uma brasileira comigo. A gente se dá muito bem, e passa as mesmas coisas. Mas ela foi transferida para um Royal Caribbean no Brasil. Fiquei extremamente feliz por ela, pois aqui ela não estava bem.
As outras pessoas que chegaram no spa não esperaram 3 dias para dizer que queriam ir embora, que não aguentavam mais.
A minha cabin mate portuguesa ficou em choque depois do primeiro meeting (reunião) que ela viu. Meeting é quando a gente se reune e a manager fica lá na frente falando e nos pressionando para vender. Quando saimos e voltamos para a cabine, ela não falava nada, e ficava olhando para o infinito. Depois de um tempo me solta “estou em choque. Nunca vi nada do tipo. Tive muitos managers, mas alguém como essa aí nunca vi na minha vida. Se eu contar para as minhas amigas elas não vão acreditar.”
Então vocês imaginam o que é o capeta que a gente enfrenta todos os dias. Mas eu ainda acho que lá no fundo, bem fundo mesmo, ela tem um coração batendo, apesar de ninguém mais acreditar nisso.
Outro dia eu e algumas meninas fomos fazer a sauna privada do spa, que normalmente é para casais. Fizemos exfoliação, colocamos uma máscara de algas marinhas e ficamos na sauna a vapor. E nos entupimos de uns cremes estranhos lá.
Foi nessa hora que senti que realmente estava trabalhando em um spa. E que interagíamos umas com as outras.
Até então eu estava ali para fazer massagens e trabalhar de graça fazendo chá e assistindo os passageiros no spa, para o que precisassem. Com o manager antigo fazíamos tratamentos uns para os outros, e aproveitávamos um pouquinho o spa que trabalhávamos. Nunca esquecemos ele. Se eu tivesse esse choque inicial, de chegar com essa manager atual, acho que não ia aguentar também.
De todas as pessoas que chegaram na mesma época que eu, só sobrou eu e a Verônica. Todos os outros desistiram. É muito estranho ver todo mundo indo embora e a gente ficando. Mas daqui 1 cruzeiro eu que vou estar indo embora. Para sempre. Vou com a consciência limpa que aproveitei ao máximo em todos os sentidos, pessoal e profissional.
Me dá um pouco de desespero pensar que em cada porto que paramos agora é a última vez que visito. Eu realmente tenho a impressão que não conheço nada desses lugares que visitei depois do dry dock. Eu amei a ilha da madeira, Funchal. Mas acabei visitando UMA vez, e não sei se vou visitar de novo. Invejo os dançarinos, músicos e pessoas que tralham no shop, que podem descer em todos os portos e conhecer tudo pelo tempo que quiserem.

Uma voz aqui me diz que já escrevi demais e que devo ir fazer outra coisa.Um beijo para todos e até a próxima.

ps. esse texto acima escrevi no navio e colei aqui agora. Gente, estou em Sta. Cruz de Tenerife nas ilhas Canárias. Que lugar lindoooo. Estou só com uma blusinha, e está um super sol. Daqui 4 dias vou estar num frio de 4º. Muito bom mudar de estação a cada 4 dias hihihihi.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Continuação da Viagem

No hotel em Evian-les-bains
Em Evian-les-bains

Montreux
Montreux
Fomos brasileiras o suficiente para não saber o tipo de combustível do carro e colocamos o que nos fez parar no meio do caminho, porque o carro não funcionava direito (eu tremendo de medo)
Neve e a cabeça de ovo (mmmuahuahuahua)
Castelo em Ivrea
Ai meu Deus!
Fiz a pior burrada que podia. Deixei de postar por muito tempo e esqueci tudo. É sempre assim.
Bom, vou tentar lembrar. Já cheguei no navio faz um tempo, então está dificil lembrar da viagem.
Depois de Interlaken passamos em Vevey, cidade bem fofinha que também conheci ano passado. Andamos um pouquinho, procuramos restaurante e acabamos comendo num kebab (assim que escreve?) até que limpinho. Em seguida fomos pra Lausanne e também Montreux. São cidades lindas a bordo do lago Léman. Não sabíamos muito bem o que fazer. Ficamos andando sem rumo. Vimos o pôr-do-sol em Montreux e foi lindo demais. Pra completar, uma senhora veio conversar com seu cachorrinho e eu me diverti à beça. Minha mãe jogou tanto pão pros patos e cisnes que fomos atacadas por eles, hehehe.
Off: Então, como nunca entro na internet, mal entrei e minha mãe já me ligou agora, então nem sei direito o que estou escrevendo, pois estou falando com ela pelo Skype.
Fomos à noite para Evian-les-bains e ficamos num hotel super-mega lindinho. E barato também. Metade do preço dos outros que ficamos. A decoração era bem fofa, fiquei maravilhada.
Dormimos bem e fomos conhecer o centro no dia seguinte. Entramos no cassino para conhecer e acabamos gastando umas moedas sem saber como. Para mim a máquina tava quebrada ihihihihi.
O próximo destino foi Annecy, uma das minha cidades preferidas agora. Ela é toda medieval e tem o centro que não passa carro. Tudo de pedra e tal. Tem até uma ex prisão no meio do riozinho. Eu juro que amei essa cidade. Comemos num lugar que parecia uma caverna. Comemos um fondue bem gostoso e bebemos cidra, um gosto bem interessante. Gostei tanto do lugar que quis ir lá jantar também hihi.
Ficamos num hotel com o quarto bem espaçoso e pra variar, com vista para o lago. Demais.
No outro dia partimos para Ivrea, nossa última cidade antes de ir embora para Milão.
Nevou no meio do caminho. Pagamos um pedágio de uns 50 euros e passamos dentro das montanhas. Ah!!!!!! E no caminho passamos em Chamonix, onde sempre quis ir! Mas não consegui achar o centro do negócio. Nem descemos do carro.
Paramos no caminho pra tocar a neve.
Ficamos num hotel no meio do nada, em Ivrea. O quarto era bem espaçoso e cheio de tecnologia. Fomos descobrir que para acender a luz, precisávamos colocar o cartão-chave num lugar especial lá. Hahaha. Coloquei no GPS para achar um restaurante e fomos parar no castelo lá no topo da cidade!! Parecia um castelo mal-assombrado com uma senha secreta para entrar. Veio até o mordomo olhar no olho-mágico e abrir a porta que fazia "nheeeec". Depois de passar por uns corredores medonhos, chegamos numa sala com 4 távolas redondas e com uma decoração bem antiga. Pedidmos qualquer coisa do cardápio que mal sabíamos o que era. Inclusive um vinho qualquer ali da região. O que aconteceu é que o vinho era forte o bastante para nos deixar rindo de nada a noite inteira!!! Dio mio.
Acordamos bem cedinho e partimos pra Milão, infelizmente. A viagem havia terminado.
Acompanhei mamãe até o hotel que ela passaria a noite e fomos para o aeroporto. Nos despedimos com os olhos cheio de lágrimas e nos encontraríamos 2 meses depois, em casa.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Interlaken, Mürren e Neuhausen

Eu, arco-íris e cascata de Neuhausen
Mamãe vendo a neve pela primeira vez
Cascata de Neuhausen por trás de um vidro laranja (se alguma foto tiver algum efeito, é natural, pois ainda não sei usar photoshop)
Eu pensativa em Mürren
Luzern
Eu e mamãe na cascata
Carro e pé bolinha (de inchado)



Gente, eu estava revendo as fotos e relendo o que eu escrevi, confundi tudo!!!
O castelo do post anterior é em Sigmaringen, não em Freising.
Em Sigmaringen passamos algumas horas aprontando: compramos 5 pares de sapatos, comemos pra caramba no único restaurante da Europa que conheci com self-service (só de salada, mas conta mesmo assim, ainda mais porque foi a melhor que já comi), quase quebrei o pé naquele castelo (grrrr), que depois de 2 semanas ainda não melhorou (heeeelp).
Depois de Sigmaringen fomos pra Schaffausen à noite, que pra variar, também não achamos nada aberto. O maior movimento que vimos foi de uma vitrine que ficava rodando (não tente entender, só acredite).
A coisa mais curiosa foi chegar no hotel, sem saber se aquela cidade ficava na Suíça ou Alemanha, que era no meio do nada, e ver uma foto do Pelé bem na recepção ahahahaha. Outra coisa curiosa é o gato que vive dormindo no balcão da recepção há mais de 12 anos. Acho que o bichinho nasceu e vai morrer ali, nunca nem desceu pra ver como é o mundo.
Acabamos comendo no restaurante do próprio hotel. Comi , sem fome nenhuma, uma lasanha vegetariana congelada que custou 12 euros e tomei um "suco de laranja'' (de caixinha) com o volume de meio copo que enfiaram o preço de 5 euros. Minha cara ficou bem azeda depois que vi a conta...


No outro dia de manhã lá vamos nós de novo com 2 hipermalas descendo as escadas do hotel para colocá-las no carro. Passamos em Neuhausen, cidade colada com Schaffausen, onde se localiza uma das maiores cascatas da Europa. Lá brincamos de fotógrafa por umas 2h, eu e mamãe com sua câmera nova. O lugar é realmente bonito, e havia um arco-íris para enfeitar ainda mais o lugar. Descemos até pertinho da água que parecia que ia comer a gente e na subida mamãe quase infartou de novo. A velhinha de "oitenta e doze" anos ganhou da gente nessa maratona com sua bengala-específica-pra-caminhar-em-subidas (?) (ainda acho que tinha um turbo naquele negócio).

Continuamos nosso caminho rumo à Interlaken, minha cidade suíça tão querida, que vivi lindos momentos ano passado durante minha viagem sozinha pela Europa (denisenafrança.blogspot.com).
Passamos por Luzern, cidade que passei o carnaval ano passado. O lugar é bonito mas era domingo e estava tudo fechado.
Basicamente a cidade é famosa por aquela torre da foto, seu lago e seus patinhos. Eu estava de mal humor aquele dia, não me pergunte o porquê. Ficamos pouco tempo lá e partimos pra Interlaken.
Chegamos à noite e não deu pra ver nada. 80% dos hotéis estavam fechado porque era baixa estação. Lá encontramos um problema. Saímos à noite em busca de hotel com internet, estacionamento e principalmente, banheiro com fácil acesso, pois estávamos as duas apertadas, já de olho nos matinhos.
Fomos em uns 5 hotéis e nenhuma tinha internet wifi. Acabamos ficando num albergue famoso. O quarto até não era ruim, mas o café-da-manhã era um prato com pão, manteiga e podíamos pegar um copo de suco e um café. Ah, por favor, né? Eu tinha uma senhora de 60 anos comigo, sedenta de pratos europeus exóticos com novas cores e sabores (hihihihi).
Não gostei da recepcionista!
Só porque a gente pediu pra ver o quarto e acabamos fazendo xixi lá (no banheiro, não no quarto), ela nos seguiu até lá, viu a situação e disse: "Ah, estão usando o banheiro? Então quer dizer que vocês vão ficar com o quarto, certo?!!!".
Subiu-me o sangue.
Onde já se viu brigar com brasileiras pobres viajando pela Suíça que pedem pra ver um quarto e aproveitam pra fazer xixi lá. Não tem nada de mais nisso.
No outro dia a primeira coisa que fizemos foi sair daquela espelunca (brincadeira, até que é bonitinho o lugar) e procurar um hotel decente.
Acabamos encontrando um quase dentro de uma montanha, que era bem simpático, quarto bonito com vista bonito (TODOS os hotéis que peguei TINHAM que ser assim, pra minha mamãe rainha (e sua filha princesa, óbvio)).
Um senhor do estilo alemão raivoso nos atendeu (dono do lugar). Quando ele disse o preço, retrucamos que era caro e ele simplesmente respondeu: OK, se não gostaram, vão procurar outro hotel! Lá se vai o sangue pra cabeça de novo...mas ele falava tantas coisas absurdas de rudes, grossas, que acabamos percebendo que ele só estava brincando com tudo. E descobrimos que ele era super-mega-simpático (do jeito dele, né) e que eu virava sua fã número 1.
Preenchi a ficha de check-in e já fomos à Lauterbrunnen, sem nem re-entrar no quarto. Pretendíamos pegar um trem para ir à Jungfrau, ponto mais alto da Europa. Ou qualquer lugar que desse pra ver a neve, já que a gordinha passou os 60 anos dela no calor abusivo do Brasil, e nunca viu neve.
-Está tudo fechado e não tem neve em lugar nenhum - respondeu a moça da estação de trem.
Por sorte conseguimos sair do estacionamento sem ter que pagar nada pois foi menos de 15 minutos ou meia hora, não sei.
Felizes, fomos indo mais pro lado dos alpes de carro e descobrimos um lugar que tinha um bondinho que subia numa cidade que era numa montanha mais alta ainda. Esperamos uns 45 minutos para pegar o próximo bondinho. Um jovem branco, loiro e de olhos verdes esperava conosco. No bondinho, puxei assunto com ele e soube que ele estava ali para saltar de...de....não sei o nome. Daquelas coisas malucas que todo mundo quer saltar antes de morrer.
Pedi pra vê-lo saltando e fomos seguindo ele até o ponto de salto, ou sei lá como se chama. Ele sumiu no meio de umas árvores e depois de 5 minutos ouvimos um "Byeeeeeeeeeeee" e puf, não vimos nada (HAHAHAHA). Afinal de contas, ele pulou pra baixo, não pra cima, dã.
Era seu terceiro salto do dia, e no mesmo dia ele iria pegar o avião para Suécia, seu país natal.
A cidade hiper-mega-super alta chama Mürren. Tomamos uma sopa no único lugar aberto enquanto esperávamos o próximo bondinho.
Descemos e voltamos para o hotel.
À noite comemos fondue de queijo e depois fondue de chocolate com frutas (!!!!) num lugar que se dizia divertido (o nome era Happy alguma coisa). A única diversão que tivemos foi uma imitação barata de Michael Jackson na sua época negra. Mas o fondue era barato e bom.
Dormi bem e profundamente e acordei com a gordinha gritando de felicidade porque estava vendo a neve.
Depois de todos falarem que a neve não ia aparecer até dezembro, nevou no dia seguinte. Acho que foi graças às minhas preces (de verdade!).
Ver a mamãe dançando na varanda do hotel e gritando de felicidade foi uma das cenas mais lindas que já vi na minha vida. Pena que eu estava com sono demais pra participar.

Continuação no próximo post.





sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Munique e Freising

Marienplatz em Munique
Eu e Leo
Mamãe e urso de Freising
No restaurante tailandês
Mamãe em frente ao castelo de Sigmaringen

Saímos de Liechtenstein um pouco tristes por deixar um lugar tão belo e cômodo, mas prontas para a próxima. Passamos na estrada super felizes, ainda mais poque vimos neve e tudo. Atravessamos 30 minutos da Áustria (e nem sabíamos) para chegar em Munique. Para nosso azar, tivemos um controle ali no finalzinho, e um segurança arrancou 120 euros de nós, porque não havíamos um passe especial da Áustria. Muita pena, mas eu não podia ter feito nada de diferente.
Chegamos no hotel de Munique que eu havia visto pela internet, com internet e estacionamento, fizemos check-in e fomos comer num restaurante típico bavário. Foi muito bom!!! Cerveja grande e legumes com queijo derretido por cima, nham nham.
Logo após, fomos para a casa do meu amigo Léo e ele nos mostrou a sua fazenda, com vaquinhas e bezerrinhos, a coisa mais fofa! Não consegui me comunicar bem com elas, porque acho que elas só falam alemão mesmo.
Logo após Léo nos levou a Munique e nos mostrou os principais pontos turísticos e interessantes. É incrível, é tudo muito grande lá. Ruas, monumentos, praças etc.
Mamãe resolveu ficar no hotel e fomos eu e Léo à procura de um bar interessante. Foi estranho pra mim voltar ao mesmo lugar que estive ano passado, fazendo quase o mesmo percurso, mas numa situação completamente diferente. O tempo estava quase o mesmo: chuva quase o tempo todo.
Passando de bar em bar porque estavam todos lotados, acabamos ficando em um mexicano por 30 minutos e fomos embora, já que a chuva não ajudava. O coitado voltou de trem e eu fui nanar.
No outro dia eu e mamãe fomos visitar Freising, onde se localiza a cervejaria mais antiga do mundo. Sem querer contar o detalhe que não achamos a tal, visitamos bem a cidade e também o castelo, que infelizmente estava fechado, mas mesmo assim conseguiu me fazer quase quebrar o pé na frente dele. O bichinho inchou de tal forma que mesmo hoje, 5 dias depois, ainda dói. Não deixei de conhecer nada, eu ia mancando mesmo, mas ia. É engraçado se passar de defic... cof cof, pessoa com capacidades limitadas. As pessoas te olham diferente, não sei se bom ou ruim. Acho que posso ter certos privilégios assim, hihihi.
A cidade é bem fofa. Compramos um monte de coisa, pra variar. Mamãe quase infartou de tanto andar. Ah, e comemos num restaurante tailandês muito bom, barato e lindo. Valeu muito a pena.
À noite o Léo apareceu de novo no Hotel e fomos para a casa dele com os amiguinhos bavários dele. Foi divertido, ele me mostrou algumas fotos bem batutas (ele diz que é fotógrafo).
No outro dia partimos para Sigmaringen.






quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Liechtenstein

Café-da-manhã em Liechtenstein
Vista do quarto

Eu e o castelo da família real (caimos nele sem querer)

Termas batutinhas

Sr. metálico e o seu jornal

Ah, nem vem que não sou tão pesada

Quarto tudo-de-bom

(...) saindo de Lugano, fui dirigindo até Liechtenstein, apelidado de "paisinho" por mim e minha mãe. Ele é tão pequeno, que no meio do caminho eu disse: -Mãe, acho que já estamos no paisinho. Ela: - Ah, claro que não, está longe ainda... Quando olho a próxima placa, está o nome da capital do principado, já havíamos chegado havia um tempo hihihi. Chegamos à noite, e a primeira impressão que tive é que ia chegar no céu de tanto que subia uma montanha. E tinha cada curva que me dava medo. Eu via as luzinhas lá embaixo e me perguntava o que eu estava fazendo naquele fim de mundo. Estávamos perdidas quando avistei o nome do hotel cujo site e fotos me atraíram bastante. Paramos para dar uma olhada. O quarto era lindo, de madeira do jeito que eu gosto e a cama hiper-mega-ultra confortável e a vista parecia batutinha também. Ficamos com o quarto. Quando acordamos e olhamos pela janela, WOWWWW, o que era aquilo. A vista mais linda do mundo (vide foto). Tomamos um café-da-manhã numa sala com parede de vidro (vide foto de novo) e partimos para a aventura no paisinho. Era tudo bem fofo mas não tinha nada pra fazer além de olhar as casinhas tchutchuquinhas. Paramos no posto de gasolina para nos divertir (mentira, era só pra colocar gasolina mesmo), e como boas brasileiras que precisam de alguém pra colocar gasolina, fomos perguntar a um moço do outro carro como fazia pra colocar a gasolina. Era um italiano loucão que foi casado com uma brasileira!!! Eita, mundo pequeno. Ele nos explicou como colocar a gasolina e nos levou até o centro da cidade, além de nos mostrar um restaurante "mara" e barato. Bem fofo. No jantar, comemos no próprio restaurante do hotel. A saga do champignon continou, óbvio. Com noodles, com salada, com carne (pra mamãe, visto que sou vegetariana), com tudo. Lá, uma alemãzinha simpática me contou de umas termas que ela ia ali perto que era gostosa e barata. Acabamos indo lá no dia seguinte. Chama-se Tamina e fica em Bad Ragaz. Eu não tenho muita paciência para ficar na água quente parada, sem fazer nada, mas mamãe adora (como todas as tias "véias"). Valeu a pena ter tentado ser alemã/finlandesa por 10 minutos entrando na água a 40º e depois na de 10º e depois voltado na de 40º e ter queimado o pé gostoso ali. Fomos na parte externa, com água a 34º e ar a uns 5º, olhando as montanhas com neve ao fundo, bem bonito. Tentamos conversar com os suíços que ali estavam. Saiu uma mistura de "oi, tudo bem" que durou uns 5 minutos tentando decidir se aquilo era alemão ou inglês que falávamos. Acho que nos entendemos melhor com as risadas que com palavras. A vida é bela. Após 2h de mãos e pés enrugados, fomos conhecer o centrinho da cidade. A coisa que mais me interessou foi o jornal do Sr. metálico (vide foto again). Foi ali o primeiro super mercado que começamos a torrar dinheiro. Ai ai... Pegamos o carro que estava estacionado num lugar privado de um hotel como se nada tivesse acontecido e voltamos pro paisinho. Dormimos maravilhosamente bem e no outro dia partimos para Munique.