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domingo, 24 de abril de 2011

Pós-contrato, em Paris

Acho que essa não precisa de legenda, né?

Minha cliente queridíssima

Patinação no gelo em frente à prefeitura de Paris

...com Regina, muito querida também

Vocês não imaginam a felicidade de encontrar alguém com a mesma cor de cabelo que o meu (só que natural, óbvio)


Opa, tudo certo com todos os meus queridos leitores? Espero que vocês ainda não tenham abandonado esse blog assim como eu fiz hihihi.
Quase 3 meses depois de minha saída do Costa Concordia, aqui estou eu, em casa (São Paulo).
Vou contar minha trajetória assim que pisei fora do navio.


Aliás, vou começar contando um pouquinho antes de sair.
Como eu pegaria o mesmo avião de duas filipinas do Spa, combinamos de ir juntas de taxi até o aeroporto de Genova, pra sair mais barato. Acontece que, horas antes de sairmos, descobriram que havia um problema com o visto dela (que não entendi até agora), e que elas teriam que esperar no navio até 11h, sendo que o vôo era às 13h, e demoraria 1h pra chegar no aeroporto. Eu achei muito arriscado pra mim, pois após esse vôo para Londres, eu pegaria um trem para Paris com um intervalo de tempo muito curto.
Então a esperta aqui pegou um taxi até a estação de trem de Savona mesmo e iria de trem (apesar das duas malas gigantes que eu tinha). Um amigo foi comigo para me ajudar. Quando cheguei na estação de trem, descobri que havia uma greve e havia pouquíssimos trens. Sorte minha que cheguei 10 minutos antes de sair um trem para Genova. Comprei o bilhete rapidinho e subi as escadas rápido para pegar o trem. Quando cheguei lá em cima, suando de levar as malas, o trem mostrava sua bundinha para mim. O perdi por 20 segundos. Que beleza.
Peguei meu dinheiro de volta, e resolvi pegar um taxi sozinha até o aeroporto. Nessa brincadeira toda, gastei 115 euros. Chegando no aeroporto, encontrei as filipinas, que disseram que pegaram um ônibus da própria Costa, grátis, até o aerporto. Imagina como fiquei felizinha com essa notícia.
Bom, pegamos o avião, chegamos em Londres e dissemos adeus umas às outras. De lá peguei um trem que ia até a estação que eu pegaria o outro trem para Paris. Chegando em Paris peguei o metrô até a casa da Ana, minha salvadora romena. Agora imaginem fazer tudo isso com 2 malas gigantes, um mochilão nas costas e sem dormir (po, tive que aproveitar minha última noite no navio).
Cheguei na casa da Ana, aí foi só felicidade. Saí pra dançar tango e salsa todos os dias que fiquei lá. Foram 10 dias, no total. Apesar de não ter conseguido sair da cama antes das 16h nenhum dia, aproveitei bastante lá.
No meu último cruzeiro, conheci um casal francês queridíssimo e meio que deixei combinado de encontrá-los em Paris. E foi isso que fiz, acabei saindo com a senhorinha da foto e andamos por toda Paris. Ela me contou muitas histórias e mostrou umas lojas hiper mega blaster caras (tipo um cachecol que custava 200 euros). Eu gostei tanto dela que, ao me despedir dela, meus olhos ficaram bem molhadinhos, sabem?
Encontrei também um espanhol que estudou comigo em Versailles, 2 anos atrás. Ele continuou estudando lá.
Até patinei no gelo com a amiga da Ana, brasileira que fiz afro aqui em São Paulo mas não lembrava dela.
Enfim, me diverti o suficiente para chegar na minha terrinha realizada.

Agora estou na vidinha de antes, estudando educação física na USP, dançando ballet clássico, tango, salsa e dança do ventre. Estaria tudo bem se eu não tivesse esse siricutico (é assim que escreve?) de sair do país de novo, e de trabalhar. Aqui me sinto bem inútil.

Vi que muitos seguidores meus são pessoas, que como eu, resolveram cair de cabeça nessa aventura. Com a minha experiência, vi muitas pessoas que amaram a ship life, e fizeram diversos contratos. Mas também vi gente que gastou muito dinheiro pra chegar lá e perceber que aquilo foi um erro, e não podiam voltar pra casa pra não ficar no negativo, e acabaram passando meses infelizes. Pensem muito antes de tomar essa decisão, ok? Eu escrevi muito da minha experiência aqui neste blog, espero ter passado um pouco disso que vivi. Foi um trabalho muito dificil por eu ter tido que fazer coisas que não concordava, mas conheci pessoas muito bacanas, adquiri experiência de trabalho, que era o que eu precisava, aprendi outras línguas (até italiano, que eu nunca gostei!) e vi lugares que valeram a pena.
Só deixo algumas dicas muito valiosas: aja de acordo com seus princípios e valores, trabalhe com ética, e não deixe nenhum babaca influenciar nisso, mas não deixe de estar aberto para as possibilidades. Aprenda a ter paciência com situações difíceis e com pessoas que você não gosta. Apesar de tudo, todas as pessoas nesse mundo tem algo a ensinar. Cabe a você decidir brigar com alguém que não pensa que nem você, ou escutar e tentar entender por que a pessoa pensa assim, e no final aprender com tudo isso.

Apesar de este blog estar praticamente no fim, com certeza criarei outros, e estarei sempre à disposição de todos que precisarem de dicas ou respostas. NÃO hesitem em entrar em contato comigo, ok?
Um beijo e obrigada pela sua paciência.

Com amor,

Denise